Há mais de 15 anos atrás, os tradicionais caretas de Porteiras deixaram de animar as ruas da cidade com suas brincadeiras. Pressionados pelo poder religioso, que na época alegava o aumento da violência durante a Semana Santa, e desvalorizados pelo poder público municipal, pois inexistiam políticas públicas voltadas à valorização dos bens culturais locais, os caretas deixaram de acordar os moradores no alvorecer do dia mediante o barulho dos chocalhos, outrora anunciantes da sua chegada. Também deixaram de envolver a população nos festejos daquele "tempo diferente".
Ao longo desses anos, nos espaços rurais do município, alguns grupos de crianças e jovens resistiram, improvisando e brincando de caretas. Todavia, a Semana Santa na cidade de Porteiras perdeu, ao longo desses anos, as sociabilidades tão marcantes no passado. Entre uma tradição que beira o esquecimento e as iniciativas de jovens e adultos de outros municípios que circularam na cidade durante essa semana, a memória sobre os Caretas de Porteiras foi avivada.
Nesse ano de eleições municipais, a Associação REMOP e a Casa da Memória lançam o desafio para que os moradores da cidade exijam dos candidatos aos cargos de Prefeito e Vereadores POLÍTICAS PÚBLICAS DE VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL.
Tradicionais Caretas de Porteiras. Ano: S/d.
Caretas de Jati/CE e Belmonte/PE nas ruas de Porteiras.
Ano: 2016.
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